Siqueira Assessoria - Finanças, ESG e Capital

Em mais um episódio do podcast Gestão Inteligente, mediado por Pâmela Siqueira, a gestora de ESG e Sustentabilidade da Piccadilly Company, Morgana Marca, conta como ao longo de 26 anos, transformou a própria trajetória e impulsionou a empresa a ser um modelo em sustentabilidade, abordando conquistas e desafios da Piccadilly, desde a decisão pioneira de não usar mais couro até programas inovadores. Entenda como a sustentabilidade se tornou o pilar da cultura da empresa e de sua cadeia produtiva. Descubra como equilibrar custos e engajar todos nessa transformação essencial!

A Piccadilly Company tem em sua equipe uma profissional que personifica a jornada da sustentabilidade: Morgana Marca, Gestora de ESG e Sustentabilidade. Com uma trajetória de 26 anos na mesma empresa, Morgana começou aos 14 anos no setor de costura, buscando aprender e contribuir. Sua curiosidade a levou a explorar diferentes áreas, culminando em sua formação em gestão ambiental e um MBA em estratégia e ESG. O ponto de virada foi em 2011, quando a CEO da Piccadilly trouxe o desafio de implementar o programa Origem Sustentável, um selo que busca equilibrar as dimensões social, cultural, ambiental e econômica. A partir daí, Morgana se tornou a força motriz por trás da ascensão da Piccadilly no cenário da sustentabilidade, levando a empresa a ser a primeira de calçados femininos a conquistar o selo diamante no programa Origem Sustentável em 2022. Essa conquista reflete não apenas o protagonismo de Morgana, mas também a cultura de encorajamento e acolhimento da Piccadilly, que permite que seus colaboradores floresçam e contribuam para o propósito da companhia.

Para Morgana, sustentabilidade é a busca do equilíbrio entre o impacto econômico, ambiental e a responsabilidade social de uma empresa. Ela ressalta que a sustentabilidade está presente em todas as áreas de um negócio e que olhar para as pessoas é fundamental, garantindo que os colaboradores entendam sua importância e contribuição. Mais do que um diferencial, a sustentabilidade é uma necessidade de mercado, essencial para a perenidade das empresas e para a garantia de recursos no futuro. A jornada da sustentabilidade, no entanto, não é isenta de desafios. Morgana destaca que um dos maiores foi o aculturamento do conhecimento sobre sustentabilidade e ESG tanto para os fornecedores quanto para os colaboradores internos. É preciso ir além dos termos técnicos e traduzir esses conceitos de forma que as pessoas se interessem e entendam o impacto em seu dia a dia, como no caso da campanha "Pró-Saúde" para explicar as substâncias restritas nos materiais. A colaboração com os parceiros, especialmente os fornecedores, é crucial, pois a sustentabilidade é um esforço coletivo que abrange toda a cadeia.

A Piccadilly tem demonstrado um forte compromisso com a sustentabilidade através de diversas iniciativas. Sua política bianual de sustentabilidade, alinhada ao planejamento estratégico e acompanhada pela alta administração, possui seis compromissos públicos. O programa "Encoraja Elas", por exemplo, visa aumentar a participação feminina em cargos de liderança na indústria, passando de 13% para 26% em um ano e oferecendo mentorias para essas mulheres. O programa de voluntariado da empresa alcançou quase oito mil horas anuais, superando a meta de cinco mil, com ações que vão desde visitas a lares até o apoio a eventos locais. A gestão de carbono é outro pilar importante, com a empresa inventariando suas emissões de gases de efeito estufa pelo quinto ano e compensando-as voluntariamente pelo terceiro. Há dois anos, a Piccadilly promove workshops com suas transportadoras para incentivar a redução de emissões em toda a cadeia. O programa "Conexão Total", que está em seu quinto ano, avalia mensalmente fornecedores em categorias como pontualidade, qualidade, eficiência e responsabilidade social, buscando alinhar toda a cadeia com o propósito de sustentabilidade da empresa. Uma das metas desse programa é aumentar o número de matérias-primas de fonte sustentável, demonstrando que sustentabilidade não é sinônimo de custo mais alto, mas sim de otimização e visão de longo prazo. A medição e o acompanhamento de indicadores são fundamentais para quantificar os resultados e garantir que as metas sejam alcançadas.

Para aqueles que iniciam a jornada da sustentabilidade, seja no âmbito profissional ou empresarial, Morgana oferece dicas valiosas. Primeiro, é essencial fazer um diagnóstico para entender onde a empresa já atua no social e ambiental. Em seguida, alinhar a sustentabilidade ao propósito do negócio e definir metas que sejam desafiadoras, mas possíveis. A comunicação sobre as práticas e o progresso da empresa é crucial, seja através de relatórios de sustentabilidade ou outras formas de engajamento. Ela enfatiza que a sustentabilidade é para todas as empresas, independentemente do tamanho, e também para os indivíduos, começando com pequenas ações no dia a dia. Programas de apoio e capacitação, muitas vezes com custo zero, estão disponíveis para micro e pequenas empresas. A mensagem final de Morgana é clara: a sustentabilidade não é mais um diferencial, mas sim uma necessidade para a perenidade e o sucesso no mercado.