Como comunicar ESG com impacto real?
Podcast - 01 de Outubro de 2025

Em mais um episódio do podcast "Gestão Inteligente - Negócios Sustentáveis", Kim Gesswein, professor e cofundador da Fluímos Coletivo, conversa com Pâmela Siqueira sobre comunicação para o impacto, ESG e sustentabilidade. Falam também em como traduzir conceitos complexos em mensagens claras, acessíveis e verdadeiras, a importância do diálogo com stakeholders, o papel da comunicação na construção da reputação das marcas e os desafios e oportunidades na formação de profissionais especializados em ESG.
Com base em sua experiência acadêmica e prática, Kim compartilha reflexões valiosas sobre o futuro da sustentabilidade, o consumo consciente e a importância do letramento comunicacional.
Kim Gesswein, doutorando e professor da PUC-RS, traz uma bagagem acadêmica e profissional invejável, incluindo a co-fundação da Fluímos Coletivo, uma consultoria que conecta empresas a projetos de impacto. Sua trajetória, marcada por uma bolsa integral do ProUni, sempre foi orientada por temas de impacto, desde a graduação em Publicidade e Propaganda até suas especializações em cultura digital e direitos humanos. Sua experiência em agências de comunicação e startups, como a Ribbon Pharmacy, moldou sua visão sobre a importância de unir a pesquisa aplicada com o contexto profissional. Ele destaca o papel fundamental da universidade em aprofundar essas discussões e o setor privado em efetivar as mudanças.
Para Kim, sustentabilidade é mais do que um conceito; é um modo de pensar da empresa que garante sua existência futura. Isso inclui não apenas o ambiente externo, mas também a viabilidade econômica e o bem-estar de todos os envolvidos. A comunicação para os stakeholders é essencial nesse processo, pois precisa ser clara, compreensível e capaz de construir sentido. Não se trata de uma via de mão única, mas de um diálogo constante, especialmente em uma sociedade digital e conectada, onde a reputação das empresas é construída na percepção do público. O desafio dos profissionais de comunicação é tornar o intangível tangível, transformando conceitos complexos em mensagens que façam sentido para o receptor.
A especialização é um ponto crucial na comunicação para sustentabilidade. Kim, como professor universitário, observa a crescente demanda por profissionais que dominem essas temáticas. A comunicação de sustentabilidade vai além de um relatório anual; ela precisa ser transversal a todas as ações da empresa, refletindo seu modo de pensar. O consumidor atual, cada vez mais consciente, busca marcas que atuem para o bem do planeta. No entanto, Kim alerta para a necessidade de contextualizar o consumo consciente à realidade socioeconômica de cada país, como o Brasil, onde a desigualdade é um fator preponderante. Eventos climáticos extremos, como a enchente no Rio Grande do Sul em 2024, também intensificam a discussão sobre o impacto ambiental e a urgência de ações.
A comunicação eficaz, segundo Kim, também atua como um letramento para o público, educando sobre as práticas de sustentabilidade e combatendo a desinformação. É vital que as empresas comuniquem suas ações de forma transparente e genuína para evitar o greenwashing e construir uma reputação sólida. O profissional de comunicação para sustentabilidade deve ter um profundo conhecimento do tema, além das habilidades de sua área. Ele enfatiza a importância de escutar os diferentes públicos, construir o conhecimento de forma colaborativa e reconhecer que a transformação precisa ser coletiva. Ailton Krenak, autor indígena, é citado como exemplo de como saberes tradicionais podem inspirar uma nova forma de ver e praticar a sustentabilidade.
Para uma comunicação de sucesso que promova engajamento e colaboração, Kim sugere algumas ações. A convicção no propósito da sustentabilidade é fundamental, exigindo tempo e energia para se instrumentalizar e trocar ideias. Ele incentiva a busca por capacitação, inclusive em conteúdos gratuitos oferecidos por instituições como a ONU, e a formação de grupos de trabalho com pessoas interessadas no tema. A sustentabilidade não é apenas para grandes empresas, mas para todos os CNPJs e CPFs. Começar com um diagnóstico para entender as práticas existentes, alinhar o propósito, definir metas possíveis e comunicar de forma transparente o que está sendo feito são passos essenciais. A mensagem principal é que a sustentabilidade não é mais um diferencial, mas uma necessidade para a perenidade dos negócios e para um impacto positivo na sociedade.
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